A inovação tem sido a grande aliada das pessoas com deficiência motora nos membros superiores e, simultaneamente, dos alunos de graduação em terapia ocupacional da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes), o projeto de extensão Tecnologia Assistiva e Terapia Ocupacional (TATO_i3D) capacita os estudantes a utilizar a impressora 3D na confecção dos dispositivos órteses, adaptações e próteses que proporcionam qualidade de vida para as pessoas que os utilizam.
O projeto “Avaliação de satisfação e desempenho ocupacional dos usuários de dispositivos de tecnologia assistiva produzidos na impressora 3D” recebeu apoio financeiro do Governo do Estado de R$ 50 mil, por meio do Edital Fapes 014/2022 – Mulheres na Ciência.
O sucesso dos resultados obtidos com os equipamentos já rendeu uma premiação especial, da própria Ufes, ao grupo que desenvolve o projeto sob a coordenação da professora Mariana Midori Sime, que não conteve a emoção ao ganhar o prêmio Maria Filina. “É um reconhecimento muito importante aos projetos de extensão. Representa o esforço e dedicação de toda a equipe, colaboradores e apoiadores. A Fapes tem papel fundamental no desenvolvimento do TATO_ i3D e também faz parte da nossa conquista”, disse.
Neste mês de novembro, o projeto ganhará visibilidade nacional com duas professoras e três alunas do laboratório representando os projetos e a Ufes, em Florianópolis, Santa Catarina, durante o 4º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Tecnologia Assistiva (@cbta.2023). Três Trabalhos do TATO_i3D serão apresentados, entre eles, o desenvolvimento de uma adaptação para auxiliar o uso de descarga por pessoas com dores e deformidades nos dedos das mãos.
“A expectativa é enorme e estamos confiantes em alcançarmos excelentes resultados no Congresso. Acreditamos que nosso conhecimento servirá para as universidades e pesquisadores ampliarem o atendimento às pessoas portadoras de deficiência motora em todo o País”, declarou a coordenadora Mariana Sime.
O diretor Técnico-Científico da Fapes, Celso Saibel, definiu o desenvolvimento do projeto como um grande ato de inclusão social pela funcionalidade dos dispositivos que passam a ter dimensão social do projeto TATO_i3D, apoiado pelo Governo do Estado, por meio da Fapes. “O impacto dos resultados está no fato de quando são usados, ao devolverem ou aproximarem as habilidades funcionais das pessoas com deficiência motora daquelas sem deficiência”, destacou o diretor.
A expansão do conhecimento de todo o projeto chegou aos estudantes dos ensinos Fundamental e Médio do Espírito Santo, durante a XI Jornada Integrada de Extensão e Cultura do Programa de Extensão da Ufes, realizado nos campi de Goiabeiras e Maruípe, no mês de outubro. Aos alunos, foram apresentados os dispositivos produzidos e todo o funcionamento das impressoras 3D que ficam no laboratório.
Um passo importante para os benefícios do projeto chegar à sociedade, visando à integração social, foi criação do “TATO Comunidade”, coordenado pela professora Gilma Coutinho, com o objetivo de proporcionar à pessoa idosa e ao portador de deficiência a máxima autonomia possível de habilidades pessoais. O foco é permitir uma melhor qualidade de vida e a integração social, por meio da tecnologia assistiva de baixo custo, além de estabelecer uma articulação entre ensino, pesquisa e extensão, na formação de recursos humanos com conhecimentos e técnicas.
Com o engajamento dos estudantes, é esperado que o projeto TATO_i3D possibilite o crescimento do potencial de cada aluno, ao realizar com as comunidades o desenvolvimento de algumas ações, como avaliação, indicação, confecção, treinamento e orientação da utilização dos diferentes dispositivos de adaptações e softwares; permite ao aluno de terapia ocupacional fundamentos para avaliar as condições do uso, a indicação, o treinamento e a orientação das diversas adaptações nos utensílios e instrumentos das atividades da vida diária e prática de pessoas idosas e com disfunções físicas, cognitivas e sensoriais; celebre parcerias para o desenvolvimento das diversas modalidades de tecnologias, e realize a discussão clínica e científica, com a prática em saúde baseada em evidências.