Infestação de mosquito do gênero Culex spp. ou Aedes spp estão transmitindo o vírus do gênero Alphavirus para cavalos no Espírito Santo. O serviço veterinário do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf), atendeu a uma notificação, em uma propriedade rural, no município de Castelo, após um cavalo apresentar sintomas neurológicos, poucos dias antes de vir a óbito.
O Idaf realizou a necropsia e coleta de amostras, em seguida enviou para diagnóstico laboratorial que detectou a ocorrência de Encefalite Equina do Oeste (EEO). A análise laboratorial foi realizada no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA/MG), do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
Segundo o serviço veterinário do Idaf, o proprietário do animal observou que o equino começou a apresentar alteração comportamental, isolamento e inquietação. No segundo dia, o animal permaneceu deitado e no terceiro dia, veio a óbito.
Orientação
A orientação é que os proprietários, criadores, médicos-veterinários e outros envolvidos no trato com os animais, notifiquem o Idaf se algum equino apresentar sinais clínicos de doenças neurológicas. A notificação é importante para que sejam adotadas medidas de prevenção a fim de reduzir ou evitar novos casos.
A notificação pode ser feita on-line, pelo E-sisbravet (disponível no site do Idaf: www.idaf.es.gov.br), ou ainda pelo e-mail ou telefone das gerências locais, bem como presencialmente nas unidades do Idaf. Confira o contato e endereços das unidades em: www.idaf.es.gov.br/contatosidaf.
Prevenção
A prevenção contra a Encefalite Equina do Oeste (EEO) pode ser feita por meio da imunização dos equinos, adquirindo vacinas comercializadas em lojas agropecuárias. Além disso, medidas de controle dos mosquitos vetores transmissores da doença também reduzem o risco de exposição e, consequentemente, de infecção, tais como a eliminação de água parada e outros criadouros de mosquitos.
A ocorrência de EEO não leva à interdição da propriedade ou o sacrifício de animais contactantes, pois os equinos são hospedeiros terminais e incapazes de disseminar a doença.
Os equinos infectados pela EEO normalmente apresentam sinais clínicos iniciais de febre, anorexia e depressão. Nos casos mais graves, pode ocorrer alteração de comportamento, tremores, dificuldade visual ou cegueira, andar cambaleante ou em círculos, pressão da cabeça contra objetos, dificuldade de deglutição, dificuldade para caminhar, paralisia e convulsões, entre outros sintomas, podendo ou não evoluir para a morte.
Sobre a doença
A EEO é causada pelo vírus do gênero Alphavirus, e a transmissão se dá pela picada do mosquito do gênero Culex spp. ou Aedes spp. Possui uma grande variedade de hospedeiros, entre aves e mamíferos, incluindo o homem, sendo, portanto, considerada uma zoonose. Equinos e humanos são hospedeiros terminais, pois eles não transmitem a doença a outros animais ou pessoas.
O pesquisador do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) José Bento Pereira explica a diferença entre o Culex e o mosquito da dengue, o Aedes aegypti. Entre essas cita a coloração. Enquanto o pernilongo comum é marrom, o mosquito da dengue é mais escuro, apresentando listras brancas pelo seu corpo, e uma à semelhança do desenho de uma lira em seu tórax.
Outra diferença entre as espécies é com relação aos criadouros: o Aedes prefere os criadouros artificiais, com pouca matéria orgânica, enquanto o pernilongo comum prefere águas poluídas. Outra diferença significativa está relacionada à postura de ovos. O Aedes aegypti deposita pequenos grupos de ovos, distribuídos pelas bordas de diversos criadouros. Já o Culex coloca todos ao mesmo tempo, no mesmo espaço e de forma agrupada, como uma minúscula jangada, sobre a água.
Por fim, cita que o mosquito da dengue é diurno, enquanto o pernilongo comum é noturno. O especialista explica que, embora a atividade do Aedes aegypti seja predominantemente durante o dia, ele é um mosquito oportunista, podendo aproveitar uma ocasião favorável para se alimentar mesmo durante a noite