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Aplicativo auxilia no tratamento de incontinência urinária

Objetivo é ensinar exercícios para o fortalecimento da pelve de homens com prostatectomia radical

por Equipe ACQF

A Universidade Federal de Goiás (UFG), em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), desenvolveu uma aplicação para o tratamento de incontinência urinária. IUProst auxilia homens que tenham feito a prostatectomia radical (retirada total da próstata para o tratamento do câncer), nos exercícios para o fortalecimento da musculatura da pelve, resultando no retorno do controle do esfíncter (estrutura muscular de contração). O aplicativo está disponível para celulares android na Play Store e em breve poderá ser feito o download para IOS na Apple Store. Atualmente, a aplicação já beneficia 700 homens.

A pesquisa foi coordenada pelo professor do Instituto de Informática (INF-UFG), Sergio Teixeira de Carvalho, e pela professora da Escola de Enfermagem (EE-UFMG), Luciana da Mata. A ideia nasceu em Minas Gerais com um projeto guarda-chuva gerenciado pela Luciana na UFMG. Segundo a professora, IUProst foi criado como resposta à elevada incidência do câncer de próstata em homens e à alta taxa de desistência nos protocolos de treinamento para incontinência urinária, que exigiam o comparecimento presencial semanalmente em clínicas e hospitais.

Luciana explica que foi comprovada a efetividade do protocolo de exercícios por três teses de doutorado, uma delas desenvolvida na UFG e coorientada por ela. “Nós avaliamos se havia diferença na perda miccional entre homens que compareciam em todas as sessões de treinamento e em homens, que devido ao trabalho, não frequentavam semanalmente”, afirma. Segundo ela, o programa oferece um perfil de protocolo de exercícios de treinamento muscular com foco na frequência, duração, condições e execução adequada dos movimentos, incluindo o tempo de contração e relaxamento. “Conseguimos identificar de forma significativa que a efetividade nos homens que seguiram o programa, ao longo de dois meses, resultou em uma perda urinária muito menor em comparação aos homens que não foram acompanhados pelo projeto”, pontua.

Aplicativo  

O Instituto de Informática da UFG integrou o grupo de estudos a convite da professora Luciana da Mata da UFMG. “A pesquisa que resultou no protocolo de exercícios é da professora Luciana, nós do Instituto de Informática contribuímos com o desenvolvimento do IUProst”, explica Sergio de Carvalho do INF. Segundo o professor, o aplicativo foi desenvolvido dentro do Programa de Pós-graduação em Ciência da Computação (PPGCC-UFG), com a participação de um aluno do mestrado e outro do doutorado. A aplicação começou a ser construída em 2020, durante a pandemia da covid-19. “Com a pandemia, nós começamos os trabalhos de forma remota, hoje nós continuamos no mesmo formato devido a distância geográfica”, afirma.

O professor explica que foi um desafio desenvolver a aplicação. ” O software é consequência da pesquisa e é um produto da inovação”, pontua. Dentro do processo de desenvolvimento do aplicativo, foram realizadas entrevistas com os profissionais da saúde envolvidos no projeto. “Uma função típica para profissionais de desenvolvimento de software é compreender as necessidades do cliente, ou seja, o que chamamos geralmente de ‘fornecedor de requisitos’. É essencial que essa pessoa expresse claramente suas demandas para que possamos colaborar efetivamente na construção do projeto”, afirma.

No decorrer da construção do aplicativo, foram feitos protótipos que foram avaliados de forma multidisciplinar. “Nós conduzimos uma avaliação completa, seguindo todas as diretrizes da engenharia de software e da enfermagem, para afirmar com confiança que este produto é efetivo antes de chegar aos usuários finais”, salienta Sergio. Nesta fase, especialistas de cada área sugerem aperfeiçoamentos para a otimização do IUProst  e também é testado por voluntários (pacientes que foram tratados pelo projeto e atestam a efetividade do protocolo), segundo Luciana.

Financiamento – A pesquisa foi financiada pela chamada universal do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).

Clique aqui para fazer o download do aplicativo. 

Por Janyelle da Mata /UFG 

 

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