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Biotecnologia na Ufes desenvolve pesquisas voltadas para o setor agrícola

por Equipe ACQF
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O Laboratório de Biotecnologia Aplicada ao Agronegócio (LBAA) da Ufes, localizado no Centro de Ciências da Saúde (CCS), no campus de Maruípe da Ufes, vem se destacando no desenvolvimento de pesquisas de ponta voltadas para o setor agrícola. Uma dessas é o desenvolvido metodologias para a detecção e o diagnóstico de doença nos mamoeiros do Espírito Santo. Em recente trabalho publicado na revista do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) a equipe de professores tornou publico um estudo que vem sendo feito sobre uma nova tecnologia para o melhoramento de plantas.

A equipe, composta pelos pesquisadores e professores Oeber de Freitas Quadros, José Aires Ventura, Antonio Alberto Ribeiro Fernandes, Patricia Machado e Ribeiro Fernandes analisou a edição genética de plantas pelos sistemas CRISPR (Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats ou, em português, “Clusters de repetições polindrômicas curtas regularmente intercaladas) e principalmente pelo CRISPR/Cas9 ( proteína Cas9 é uma enzina que corta DNA estranho) tem proporcionado uma nova revolução nos trabalhos de melhoramento genético garantindo a alteração do progresso da pesquisa biotecnológica.

De acordo com resumo feito pelos pesquisadores em sua publicação, as grandes vantagens desta tecnologia são a capacidade para a alteração de regiões específicas do DNA, a customização do sistema e o baixo custo dos insumos necessários para edição, quando comparados com outras metodologias através da modulação de genes-alvo envolvidos no metabolismo da planta, imunidade e tolerância ao estresse para gerar culturas com as melhorias desejadas.
O LBAA/UFES e o Incaper têm desenvolvido pesquisas de proteômica e transcriptômica do mamoeiro com foco nessas tecnologias. Os resultados já alcançados têm possibilitado estratégias de edição do mamoeiro por CRISPR/Cas9.

De acordo com os dados divulgados pelos pesquisadores o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, um grande comprador do mamão produzido no Espírito Santo, se posicionou favorável à tecnologia, e alimentos editados por CRISPR/Cas9 já foram liberados para comercialização.
No Brasil, a CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biosegurança) os pesquisadores relataram que vem discutindo a questão sobre as técnicas inovadoras de melhoramento de precisão, em que se enquadram estas novas tecnologias de edição genética. Com a avanço científico, relata trecho do relatório, a identificação e manipulação dos genes de interesse deram um grande salto: transformação genética de plantas. Na década de 1980, surgiram os primeiros vegetais transgênicos, e em 1994, o primeiro alimento geneticamente modificado – o tomate Flavr Savr. O termo transgênico refere-se a um organismo que recebeu um gene de outro organismo doador, que pode ser de outra espécie do mesmo gênero ou até mesmo de um reino diferente.

MAMÃO

Na produção de frutas o Espírito Santo se destaca na produção de mamão, mas os pesquisadores disseram que um dos principais fatores limitantes da produção é a suscetibilidade do mamoeiro às viroses, principalmente o mosaico (PRSV-P) e a meleira (PMev e PMeV-2). O Laboratório de Biotecnologia Aplicada ao Agronegócio da Universidade Federal do Espírito Santo (LBAA/UFES), em parceria com o Incaper, tem desenvolvido metodologias para a detecção e o diagnóstico da meleira do mamoeiro, doença associada à infecção dupla pelos vírus PMeV e PMeV2 (ANTUNES et al., 2016).

Nos trabalhos em andamento, os pesquisadores têm estudado como esse vírus interagem com a planta para desencadear os sintomas da doença durante o seu desenvolvimento, principalmente a exsudação do látex, principal sintoma da meleira e usado no manejo dos pomares através do roguing. Os mecanismos naturais do mamoeiro em resposta ao estresse gerado pela infecção têm resultado em uma ampla obtenção de dados de proteômica e transcriptômica. Tais informações têm contribuído para o planejamento da interação planta x patógeno e da edição gênica pelo sistema CRISPR/Cas9, visando obter mamoeiros resistes à doença.
É feita a observação de que os resultados dos trabalhos realizados com a edição gênica por CRISPR/Cas9 e seus impactos deve observar as questões éticas relacionados ao embaralhamento de genes. Esses devem ser cuidadosamente avaliados no sentido de garantir segurança para as pessoas, animais e meio ambiente e disponibilizar no mercado um alimento seguro.

Os pesquisadores agradecem ao suporte financeiro recebido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (FAPES) e pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). O laboratório ocupa dois pavimentos no campus de Maruípe, próximo a Praça de Eucalipto. As atividades voltam ao normal após o fim das férias, a partir da primeira semana de março.

 

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