Reprodução do Jornal GGN
A primeira instalação industrial nuclear em São Paulo, entre os anos 40 e 50, deixou mortos desaparecidos e pessoas doentes. Documentos inéditos e fotos dessa história silenciada compõe o livro “Cobaias da radiação”, da jornalista Tania Malheiros e com prefácios de André Trigueiro e Cristina Serra.
Trata-se da indústria nuclear Orquima, instalada no Brooklin, e da Usina de Santo Amaro (USAM), conhecida também como Nuclemon, na capital paulista, que com a exploração de mão-de-obra de operários os tornaram verdadeiras “cobaias da radiação”.
Nos anos 90, a jornalista Tania Malheiros, autora do livro, publicou as primeiras denúncias do caso em reportagens no Estado de S.Paulo e no Jornal da Tarde. A partir da reportagem, um processo foi aberto para investigar as vítimas e consequências deixadas pelas usinas nucleares, durante décadas.
Tania levou adiante as investigações, ao longo dos últimos 4 anos, com depoimentos emocionantes das vítimas e familiares. “O livro se propõe a jogar luz sobre um dos maiores crimes de exploração de mão-de-obra operária ocorrido no Brasil. Espero que possa contribuir para que se faça justiça com as vítimas e representantes dos mortos”, disse a autora.
O lançamento do livro “Cobaias da Radiação – a história não contada da marcha nuclear brasileira e de quem ela deixou para trás” será realizado nesta segunda-feira (24), às 18h, na Câmara Municipal de São Paulo.