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Governo do Estado lança caderno de inovação com resultados de projetos apoiados Pela Fapes

por Equipe ACQF

A inovação não para e o Governo do Estado, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes), lança, nesta quarta-feira (27), caderno da área com os resultados alcançados por meio do edital lançado pela Fapes em 2019, de forma inédita, de “Apoio a Projetos Inovadores nas Áreas de Logística, Alimentos e Bebidas (LAB)”. Ao todo, seis projetos foram contratados pela Fundação para serem financiados e executados em um período de dois anos, que foi prorrogado devido à pandemia do Convid-19.

A chamada nº 10/2019 concedeu recursos não reembolsáveis, por meio de subvenção econômica, para o desenvolvimento de produtos, bens, serviços ou processos inovadores de empresas capixabas. Cada proposta podia ser contemplada com até R$ 300 mil. Os projetos se concentraram na apresentação de propostas que contemplam soluções e aperfeiçoamento para a vida útil dos produtos em prateleira (denominado shelf life), ou, na área de logística, para melhorar a predição de carga por eixo.

Foi disponibilizado R$ 1,8 milhão para financiar os seis projetos contemplados. O recurso é oriundo do Fundo Estadual de Ciência e Tecnologia do Espírito Santo/Mobilização Capixaba pela Inovação (Funcitec/MCI). De acordo com o levantamento realizado para elaboração do caderno, os principais resultados alcançados pelas empresas contempladas foram:

Veja detalhes dos resultados apresentados no quadro acima no caderno: clique aqui.  

“Todos os projetos contratados foram concluídos e as ideias propostas se transformaram em soluções reais que movimentam a economia do Estado e impulsionam o ecossistema de inovação local. Isso é ótimo! Superou nossas expectativas e demonstra que o investimento do Governo do Estado gerou retorno e impacto positivo para a sociedade com as novas soluções criadas para os setores de logística, alimentos e bebidas do Espírito Santo”, disse o diretor de Inovação da Fapes, Elton Moura.

Conheça alguns projetos desenvolvidos através do Edital 10/2019 – LAB:

Tecnologia de câmera 3D pesa blocos de rochas ornamentais de forma automática

A empresa capixaba Mogai, atuante no mercado desde 1997, desenvolveu um sistema automático para pesagem de blocos de rochas ornamentais e distribuição do peso pelos eixos do caminhão. Esse sistema utiliza tecnologia de câmera 3D e vídeo analytics, permitindo estimar o peso dos blocos sem contato físico ou uso de qualquer tipo de balança.

Segundo o CEO da Mogai e coordenador do projeto, Franco Machado, com as informações sobre a origem da pedra, a câmera 3D realiza a filmagem do bloco e estima o seu peso calculando o volume e utilizando a densidade do material. “A grande vantagem desse sistema móvel é que dentro das minas normalmente não há uma estrutura para se colocar uma balança, além do fato de que uma balança rodoviária é um equipamento muito caro”, afirmou Machado.

A empresa vai comercializar o serviço de filmagens 3D para os produtores de rochas ornamentais, que poderão utilizar o resultado de forma on-line para negociar os blocos sem a necessidade de o cliente ir até a empresa. De acordo com Machado, a Mogai pretende atender ao mercado local, nacional e até internacional, com a venda do serviço e da tecnologia.

A Mogai desenvolveu o produto após ser contemplada no Edital LAB da Fapes. Para Machado, este projeto é relevante para o cenário econômico capixaba. “Para a economia do Estado, o setor de rochas ornamentais é importantíssimo, um grande gerador de empregos e de impostos. E sem a Fapes, a gente não conseguiria desenvolver essa tecnologia com nossos próprios recursos”.

Sensor mede temperatura de equipamentos da indústria de alimentos e bebidas em tempo real

Pensando em monitorar a cadeia de alimentos e bebidas, a empresa capixaba Sigmais desenvolveu um sensor capaz de regular a temperatura dos equipamentos deste ramo industrial. Trata-se do Sigfood, um dispositivo que opera por meio de baterias e transmissão de dados via IoT (Internet das Coisas) em um software aplicativo.

“Por meio deste sistema, o cliente/usuário tem como automatizar o processo de leitura e medição de temperatura de forma on-line, em tempo real, permitindo um melhor controle de qualidade, tomada de decisões em caso de falhas e geração de relatórios”, explicou o cofundador e diretor de Negócios Estratégicos e Engenharia da Sigmais, Heitor Caroni Nogueira.

Nogueira ressaltou que a utilização do dispositivo pode trazer uma série de benefícios. Entre eles, estão a melhoria no controle de qualidade e a redução de perdas dos alimentos e bebidas por meio da tomada de decisões em tempo real, nos casos de falhas nos equipamentos.

Com o lançamento do Rdital LAB, Nogueira viu a oportunidade de colocar a ideia em prática. “O edital da Fapes foi importante para o desenvolvimento do dispositivo, pois proporcionou não só o financiamento do projeto como a possibilidade de uso de recursos da academia, por meio da contratação de alunos bolsistas de Engenharia”, enfatizou.

Para Nogueira, a grande inovação do projeto está no desenvolvimento de dispositivos autônomos, que não necessitam de uma infraestrutura de rede ou alimentação, o que permite a implantação deste sistema em larga escala. “Isso é importante, pois se trata de uma solução de abrangência nacional, colocando o estado do Espírito Santo em destaque no cenário de inovação tecnológica”.

Nanossensor de baixo custo realiza monitoramento de agrotóxicos em tempo real

Num cenário em que o Brasil é líder mundial no uso de agrotóxicos – dados da Fiocruz de 2018 –, a empresa capixaba Bioengen Consultoria Engenharia e Planejamento Ambiental está desenvolvendo um nanossensor que detecta a presença de agrotóxicos e identifica se os níveis estão acima dos permitidos pela legislação. O projeto é fruto de uma parceria com o Laboratório de Nanotecnologia (LABNANO) da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

Segundo a diretora de Projetos da Bioengen, Sara Aparecida Francisco, o nanossensor está baseado em ressonância plasmônica de superfície localizada, que consiste na oscilação dos elétrons livres presentes na superfície das nanopartículas de ouro, causada pela radiação eletromagnética. Quando há interação entre as biomoléculas (anticorpos) e as nanopartículas de ouro, as densidades de cargas de elétrons na superfície são afetadas.

“Quando as nanopartículas são biofuncionalizadas com o anticorpo antiglifosato, por exemplo, elas se tornam um ótimo biossensor, pois permitem a identificação da interação com o antígeno de interesse (no nosso caso, o glifosato), ocasionando modificações na absorbância e/ou alteração da sua cor”, acrescentou. Sara Aparecida Francisco salientou que o glifosato é o princípio ativo de diversos defensivos agrícolas, sendo o mais utilizado no Espírito Santo.

De acordo com a diretora, o processo disponível hoje para identificação e quantificação de agrotóxicos em amostras de alimentos é custoso, pois depende de equipamentos sofisticados, que estão sujeitos a laboratórios externos. “E, na maioria das vezes, o prazo de análise é de até 10 dias, impactando diretamente na atividade de mercado e na tomada de decisão, haja vista a perecibilidade dos alimentos analisados”, pontuou.

Em contrapartida, o projeto que está sendo desenvolvido pela Bioengen baseia-se em um método simples e rápido, de monitoramento em tempo real. A empresa foi contemplada no Edital LAB e a diretora falou do apoio recebido da Fapes. “O Edital da Fapes foi essencial para o desenvolvimento do produto, uma vez que foram necessários recursos econômicos altos para a compra de produtos químicos e equipamentos, investimento que não teria sido possível somente pelo grupo de pesquisa”, reforçou Sara Aparecida Francisco.

Serviço:

Lançamento do Caderno de Inovação com resultados de projetos realizados por meio de Edital 10/2019 – LAB: Clique aqui e acesse.

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