Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Fundação Roberto Marinho anunciaram nesta quarta-feira (18) a 30ª edição do Prêmio Jovem Cientista. A cerimônia foi realizada durante a 20ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília. Participaram da cerimônia o presidente do CNPq, Ricardo Galvão, a presidente da Capes, Mercedes Bustamante, e o secretário-geral da Fundação Roberto Marinho, João Alegria, além de representantes do governo federal e da sociedade civil.
“Se nosso objetivo é alcançar a economia do conhecimento e fazer do Brasil um país mais competitivo, precisamos formar gerações de pesquisadores e cientistas. E é isso que buscamos ao promover a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia e lançar mais um Prêmio Jovem Cientista”, disse a ministra Luciana Santos.
Instituído em 1981, o Prêmio Jovem Cientista é uma iniciativa do CNPq em parceria com Fundação Roberto Marinho com o objetivo de reconhecer talentos, impulsionar a pesquisa científica e investir em estudantes e jovens pesquisadores que procuram inovar na solução dos desafios da sociedade.
Desde que foi criado, o Prêmio Jovem Cientista já reconheceu 194 pesquisadores e estudantes, além de 21 instituições de ensino médio e superior. Considerado um dos mais importantes reconhecimentos aos cientistas brasileiros, o prêmio apresenta, a cada edição, um tema importante para o desenvolvimento científico e tecnológico, que atenda às políticas públicas e seja de relevância para a sociedade brasileira. Para a 30ª edição, o tema escolhido foi “Conectividade e Inclusão Digital”.
“Ampliar a conectividade e assegurar a inclusão digital da população brasileira são passos decisivos para o combate à desigualdade, para a inclusão social e para o País avançar na transformação digital – um dos desafios estratégicos para o desenvolvimento nacional”, acrescentou a ministra.
Para o presidente do CNPq, Ricardo Galvão, “o Prêmio Jovem Cientista tem uma contribuição muito importante para a ciência brasileira ao levar o pensar científico para meninas e meninos ainda no período escolar e incentivar jovens no início da carreira”. Galvão ressalta, ainda, que “sempre com temáticas relevantes para o país, o prêmio tem contribuído, ao longo de mais de 30 anos, para a descoberta e a divulgação de pesquisas inovadoras para as grandes questões da sociedade brasileira como o tema desta 30ª edição, Conectividade e Inclusão Digital”.
De acordo com a presidente da Capes, Mercedes Bustamante é preciso ressaltar sempre a importância da ciência. O período recente que o Brasil viveu demonstra claramente a importância de cultivar os valores da ciência na nossa sociedade. Sabemos a importância do trabalho científico e a importância da ciência para educação”, disse.
“Muitos brasileiros têm sido excluídos do direito à educação, portanto também do direito a se expressar, aprender e produzir conhecimento. Nós estamos convencidos que todas e todos podem contribuir com a transformação do nosso país, com a inovação e a busca de soluções para os nossos próprios problemas e os desafios do planeta. Para isso, é preciso garantir o acesso à escola e também aos métodos da ciência, numa perspectiva de afirmação da diversidade em todas as suas dimensões, reconhecendo os saberes tradicionais e ancestrais, sem descuidar das fronteiras do conhecimento. O Prêmio Jovem Cientista há mais de 40 anos é uma referência nesse campo. Mais uma vez, em sua 30ª edição, traz à discussão de toda a comunidade acadêmica um tema relevante. É assim, pensando nossos desafios coletivamente e reconhecendo as diferentes contribuições, que podemos pensar num Brasil de todos para todos”, destacou o secretário-geral da Fundação Roberto Marinho, João Alegria.
Pandemia
A pandemia, em especial no Brasil, promoveu uma ampla reflexão sobre conectividade e inclusão digital. Professores, escolas, estudantes e suas famílias enfrentaram e ainda enfrentam muitas adversidades. Segundo dados apresentados recentemente pela pesquisa TIC Educação 2022, organizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação:
- 94% das escolas brasileiras de Ensino Fundamental e Ensino Médio possuem acesso à internet. Porém, esse dado não significa que a conectividade e a inclusão estejam garantidas;
- Apenas 58% possuem equipamentos conectados (computadores, notebooks, tablet etc.) para uso dos alunos;
- 42% dos alunos usuários de Internet utilizam a rede móvel para acessar a Internet na escola e 31% utilizam a rede Wi-Fi da instituição;
- 60% dos alunos que estudam em escolas localizadas em áreas rurais mencionaram o sinal da Internet fraco ou ruim como um motivo para não acessar a Internet na escola;
- 75% dos professores afirmam que a falta de um curso específico dificulta a adoção de tecnologias digitais nas atividades educacionais com os alunos.
Esse cenário representa um desafio para os pesquisadores que vão concorrer ao Prêmio Jovem Cientista. Cinco categorias são premiadas: Mestre e Doutor; Estudante do Ensino Superior; Estudante do Ensino Médio; Mérito Institucional; e Mérito Científico, que celebra um pesquisador doutor que, em sua trajetória, tenha se destacado na área relacionada ao tema da edição. As inscrições serão abertas em 2024, e as linhas de pesquisa serão divulgadas em breve.