A Organização Mundial da Saúde, OMS, publicou sua primeira agenda global de pesquisa para abordar as prioridades mais urgentes da saúde humana no combate à resistência antimicrobiana.
A Agenda Global de Pesquisa da OMS irá impulsionar a inovação e abrangendo a epidemiologia, estratégias específicas para prevenir infecções e o surgimento de resistência, considerando o contexto e a eficácia dos custos.
Resistência antimicrobiana
O programa também envolverá a descoberta de novos testes diagnósticos e regimes de tratamento aprimorados, a identificação de métodos de coleta de dados e sua tradução em políticas custo-efetivas, além de como implementar intervenções atuais de forma mais eficiente em ambientes com recursos limitados.
No final, as evidências geradas servirão de base para políticas e intervenções fortalecendo a resposta à resistência antimicrobiana, especialmente em países de baixa e média rendas.
Desafio urgente
A diretora-geral adjunta da agência de saúde da ONU para resistência antimicrobiana, Hanan Balkhy, avalia que a questão é um desafio urgente para a saúde pública e econômica.
Para ela, pesquisas de boa qualidade são parte vital da resposta, permitindo salvar vidas e meios de subsistência. Balkhy diz que a pesquisa é crucial para priorizar estudos que geram evidências e fomentam políticas de formas rápida e eficiente.
A agenda foi desenvolvida com base em uma revisão de mais de 3 mil documentos relevantes publicados na última década, que identificaram 2 mil questões sem resposta ou lacunas de conhecimento.
Elas foram posteriormente consolidadas e priorizadas por um grande grupo de especialistas, resultando nos 40 tópicos de pesquisa mais importantes.
Falha de medicamentos
A resistência antimicrobiana ocorre quando bactérias, vírus, fungos e parasitas se modificam ao longo do tempo e deixam de responder aos medicamentos, tornando as infecções mais difíceis de tratar e aumentando o risco de propagação de doenças incluindo as graves e de morte.
Como resultado, os medicamentos antimicrobianos tornam-se ineficazes e as infecções persistem no corpo, aumentando o risco de transmissão para outras pessoas.
Segundo a OMS, a resistência antimicrobiana continua sendo uma das principais ameaças globais à saúde pública e foi associada à morte de quase 5 milhões de pessoas em todo o mundo em 2019.
A agência lembra que a resistência é ainda uma ameaça à economia global, com impacto no comércio internacional, assistência médica e produtividade. Se nenhuma ação for tomada, pode custar à economia mundial US$ 100 trilhões até 2050.