> Início » Pesquisa da Ufes apresenta aplicativo para monitorar pacientes em tratamento contra tuberculose

Pesquisa da Ufes apresenta aplicativo para monitorar pacientes em tratamento contra tuberculose

por Equipe ACQF

Em artigo publicado na Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical,   pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSC) da Ufes e do Programa de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP/Ribeirão Preto) apresentaram um aplicativo de celular criado para monitorar pacientes em tratamento de tuberculose latente. O objetivo é diminuir a taxa de abandono do uso das medicações nessa fase da doença para reduzir o número de casos de tuberculose ativa.

O projeto de pesquisa que resultou no aplicativo é fruto da tese de doutorado da estudante Marcelle Novaes, do Laboratório de Epidemiologia da Ufes, e teve o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes).

Tuberculose latente

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a tuberculose latente ocorre por meio da infecção pelo Mycobacterium tuberculosis sem evidência dos sintomas da doença ativa. Assim, muitos pacientes abandonam o tratamento – que tem duração média de seis meses – antes do término, o que pode levar a doença a progredir para a forma ativa a partir de alterações no sistema imunológico. Daí a necessidade de o tratamento não ser interrompido.

O resultado da pesquisa, realizada tanto com profissionais quanto com pessoas em tratamento, mostrou que o aplicativo é de fácil compreensão. Os feedbacks sobre a validade de conteúdo foram: “utilidade, consistência, clareza, objetividade, vocabulário e precisão” por parte dos profissionais e “clareza” por parte dos pacientes.

A epidemiologista e professora do PPGSC/Ufes Ethel Maciel, uma das autoras do artigo e orientadora da tese, explica que esse é o primeiro aplicativo que poderá ser disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para prevenção de quem se infecta com a bactéria da tuberculose. “Os serviços de saúde dificilmente têm condições de seguir todas as pessoas para avaliar o uso da medicação pelo tempo necessário. Com o aplicativo, é possível monitorar, por meio de vídeo enviado pelo próprio paciente, o medicamento sendo tomado. A pessoa também pode relatar algum efeito adverso no uso medicação, como náuseas”.

A expectativa, segundo a epidemiologista, “é a redução do número de pessoas que vão desenvolver a doença, porque estamos tratando a infecção. É o verdadeiro tratamento preventivo. Ele existe para a tuberculose”. Ela ressalta que o Brasil tem, por ano, cerca de 80 mil novos casos de tuberculose e 4.500 mortes pela doença.

Próxima etapa

A próxima etapa da pesquisa será o ensaio clínico, no qual um grupo de pacientes vai usar o aplicativo e outro não. “Vamos verificar a adesão e as melhorias dos eventos adversos. A partir dos resultados, o Ministério da Saúde pode incorporar esse aplicativo aos protocolos de tratamentos de tuberculose”, afirma Maciel.

Texto: Sueli de Freitas

You may also like

Este website utiliza cookies para melhorar a sua experiência. Assumiremos que está de acordo com isto, mas pode optar por não aceitar se assim o desejar. Aceitar Ler mais