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Terapia celular traz esperança de remissão completa para pacientes com câncer na rede pública de saúde de São Paulo

O CAR-T Cell tem como alvo três tipos de câncer: leucemia linfoblástica B, linfoma não Hodgkin de células B e mieloma múltiplo, que afeta a medula óssea

por Equipe ACQF

Exames mostram antes e depois de câncer de paciente; à direita, imagem mostra remissão da doença (Foto: Arquivo pessoal)

Por Jornal Brasil 247

Um tratamento revolucionário no combate ao câncer está sendo introduzido na rede pública de saúde de São Paulo por meio de um protocolo desenvolvido pela Universidade de São Paulo (USP), em parceria com o Instituto Butantan e o Hemocentro de Ribeirão Preto. Essa técnica inovadora, conhecida como CAR-T Cell, tem se mostrado altamente eficaz, proporcionando remissão completa em um curto período de tempo. Até o momento, 14 pacientes foram tratados com sucesso usando essa terapia, financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Paulo Peregrino, um paciente de 61 anos que lutava contra o câncer há 13 anos e estava próximo de receber cuidados paliativos, submeteu-se ao tratamento em abril deste ano e obteve remissão completa de seu linfoma em apenas um mês. Esse é um exemplo impressionante dos resultados positivos alcançados por essa terapia celular.

O CAR-T Cell tem como alvo três tipos de câncer: leucemia linfoblástica B, linfoma não Hodgkin de células B e mieloma múltiplo, que afeta a medula óssea. A autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para um estudo clínico permitirá que 75 pacientes sejam tratados com o CAR-T Cell utilizando financiamento público. Atualmente, essa terapia só está disponível na rede privada de saúde no Brasil, a um custo mínimo de R$ 2 milhões por pessoa.

O Centro de Terapia Celular da USP, em parceria com o Instituto Butantan, desenvolveu a versão brasileira dessa tecnologia. Essas células modificadas geneticamente são capazes de reconhecer e destruir as células cancerígenas, enquanto preservam as células saudáveis. Além disso, essas células do próprio paciente são “treinadas” para combater o câncer, tornando o tratamento personalizado e altamente eficiente.

A disponibilidade desse tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS) representa um marco importante para o acesso à terapia celular no Brasil. A produção dessas células é complexa e custosa, mas o grupo de pesquisa do Centro de Terapia Celular de Ribeirão Preto estabeleceu parcerias e instalou fábricas no estado de São Paulo, com capacidade inicial para produzir 300 tratamentos por ano. O objetivo é obter financiamento para tratar 75 pacientes com linfoma e leucemia, gerando dados clínicos para o registro do produto na Anvisa.

 

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