Como parte dos esforços para a construção de cidades mais sustentáveis e inteligentes (smart cities), a Ufes participou de um plano de ação que teve como finalidade implementar políticas públicas utilizando tecnologias para a melhoria de vida da população de Vitória. Os estudos para a implantação do projeto Big Data e Cidades Inteligentes foi finalizado em março e ocorreu em parceria entre a Universidade, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a Prefeitura de Vitória, tendo como objetivo potencializar o uso de Ciências de Dados para ajudar os municípios a solucionarem seus problemas nas áreas de saúde, educação, segurança e arrecadação.
O grupo de trabalho desenvolveu um conjunto de ações, definidas no escopo do termo de cooperação técnica BR-T1496 do BID, cuja meta é produzir iniciativas que incorporem novas tecnologias, pessoas e processos para promover a resiliência e a sustentabilidade em Vitória. O termo de cooperação foi fracionado em um conjunto de ações menores, visando ajustar o roteiro de atividades aos tempos necessários para a construção do diagnóstico e avaliação dos dados da capital.
“Além do diagnóstico, nós fornecemos recomendações de projetos de investimento, planos de ação e estudos de viabilidade para permitir à cidade o enfrentamento dos desafios atuais e futuros”, explica Everlam Montibeler, professor do Departamento de Economia da Ufes e consultor do BID para o projeto de uso de Big Data para smart cities.
Cidades Inteligentes
Montibeler é também coordenador do curso de Especialização em Cidades Inteligentes, que será ofertado a partir deste ano pela Ufes, por meio da Universidade Aberta Capixaba (UnAC), e está com as inscrições abertas até a próxima quinta-feira, dia 6. A UnAC é uma instituição pública mantida pelo governo do estado, em regime de colaboração com a Ufes e o Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes).
O curso, que será oferecido na modalidade a distância, foi destaque na manhã da última quarta-feira, dia 4, durante a abertura do InovaES, evento organizado pelo governo do estado do Espírito Santo que, durante dois dias, em Vitória, reuniu gestores públicos, sociedade, expositores e instituições vinculadas à inovação e a tecnologias para discutir o desenvolvimento sustentável das cidades.
Durante a palestra de abertura do evento, Montibeler e Kelly Braghetto, professora de Ciências da Computação da Universidade de São Paulo (USP), debateram o tema Construindo cidades inteligentes para o futuro: desafios e oportunidades. Os palestrantes falaram acerca da importância dos dados coletados por smartphones, por exemplo, para a resolução de problemas em um município, como mobilidade, saúde e educação.
Projeto piloto
Juntamente com as capitais Recife e São Luís, Vitória foi selecionada pelo BID para a implantação da inovadora metodologia, participando de um projeto-piloto. A avaliação é feita com base no nível de maturidade da infraestrutura física (conectividade, computadores), infraestrutura digital (banco de dados, sistemas analíticos) e potencial de dados (análise de dados) dos municípios.
Um dos projetos-piloto da capital capixaba inclui o processo de regularização fundiária no município, que tem como meta realizar um estudo mais aprofundado sobre as áreas que estão pendentes de regularização, possibilitando melhor gestão. O segundo projeto-piloto será na área tributária, tendo como objetivo estudar o perfil dos devedores de impostos inscritos na dívida ativa, verificar onde estão localizados e quais são os potenciais pagadores. “Com isso, a gestão poderá adotar medidas direcionadas para reduzir o quantitativo de débitos lançados em dívida ativa”, analisa Montibeler, que coordena também o Laboratório de Projetos de Ciências de Dados Aplicados às Cidades (LabI CidadES).
Segundo o professor, há o projeto de criação, em Vitória, de um Centro de Inteligência, que vai agregar setores de inteligência da Guarda Municipal e da inteligência fiscal da Prefeitura. Há, também, a ideia da implementação de um Escritório de Dados, que os transformará em informação, gerando conhecimento.