“Pequenos guerreiros”, assim são conhecidos os bebês internados na Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal (UTIN) do Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves, na Serra. Com capacidade para 40 bebês, a realidade dessas crianças é de luta diária pela vida. Para auxiliar nesse processo, a unidade adotou uma tecnologia nova no Estado, a utilização do midline, um cateter periférico de média a longa permanência.
“O estado de saúde dos nossos pacientes é muito grave. Cerca de 95% deles necessitam de acesso venoso periférico e o uso do cateter precisa ser compreendido como um processo que demanda preparo, manutenção e que seja o menos traumático possível, tanto para o bebê quanto para a família. Pensando nisso, adotamos essa nova tecnologia aqui no Espírito Santo, que proporciona um maior conforto ao paciente, sem qualquer perda para a saúde”, destacou a gerente da Unidade Materno Infantil do Hospital Dr. Jayme, Ericka Chisté.
A enfermeira responsável pelos cateteres em bebês no Hospital Dr. Jayme, Líbia Pimentel, explica que as vantagens do uso desse produto vão desde a não internação do bebê na UTIN ao tempo de permanência com o material.
“O uso do midline diminui o número de punções venosas porque o produto tem um tempo de permanência de até 30 dias, enquanto o outro é de, no máximo, 96 horas. Além disso, crianças internadas para uso exclusivo de antibioticoterapia que precisam desse acesso venoso não necessitam de leitos de UTIN e podem estar internadas nas enfermarias ao lado da mãe. Isso tudo garante um menor risco de infecção e diminui também o sofrimento dos bebês e suas famílias. Lembrando que há indicação para o uso de cada dispositivo”, explicou Líbia Pimentel.
A Luiza Rosa nasceu de 34 semanas de gestação, com 1.920 quilos. Internada há um mês, ela é um bebê que precisou usar o cateter venoso periférico. Em uso do midline, a mãe conta que a sensação de não ver a filha ser puncionada em espaços tão curtos de tempo é reconfortante. “A gente sofre com eles aqui na UTIN porque não foi o que planejamos, né?! Vê-la aqui quietinha e com o menor uso de agulhas me deixa feliz. Agradeço a Deus o cuidado que ela está tendo aqui, a oportunidade de viver que ela recebeu”, contou Leticia Rosa da Silva, mãe da Luiza Rosa.
A coordenadora médica da UTIN do Hospital Dr. Jayme lembra ainda que o acesso periférico é uma alternativa rápida, segura e indispensável em diversas situações. Permite à equipe uma via de acesso capaz de prover a infusão de grandes volumes ao paciente, sendo também usada para infusão de medicamentos de efeitos diversos e rápida resposta.
“O uso dos dispositivos necessita de indicação para cada tipo de tratamento, ou seja, cada um tem a sua indicação e características. Esse novo dispositivo utilizado no Hospital Dr. Jayme é apenas mais uma forma de garantir a qualidade na assistência e o atendimento humanizado aos pacientes”, explicou a coordenadora médica da UTIN do Hospital Dr. Jayme, Silvia Louzada.
Experiência para todo o Brasil
A Maternidade de Alto Risco do Hospital Dr. Jayme foi a primeira unidade de saúde a utilizar essa nova tecnologia no Estado. Há cerca de um ano, o cateter midline tem se mostrado uma opção promissora para o uso em bebês na UTIN, tanto é que os profissionais do Hospital Dr. Jayme foram convidados a contar a experiência com o uso do dispositivo no congresso One Day Picc, realizado em São Paulo, no mês de junho.
“Sua utilização tem se tornado uma alternativa valiosa para a administração de terapias intravenosas prolongadas em bebês prematuros na UTIN”, explicou Líbia Pimentel, a enfermeira da UTIN do Hospital Dr. Jayme que relatou sua experiência no congresso para o País inteiro.